Lp Linda Batista - Os Ídolos Do Rádio 12 (novo)
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Características principais
Nome do álbum | Os ídolos do Rádio 12 |
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Companhia produtora | Collector's Editora Ltda. |
Formato | Físico |
Tipo de álbum | Vinil |
Incluí faixas adicionais | Não |
Ano de lançamento | 1988 |
Outras características
Quantidade de canções: 12
Origem: Brasil
Descrição
OS ÍDOLOS DO RÁDIO VOL. XII- LINDA BATISTA
Linda Batista é o retrato fiel de uma época. A época chamada das Cantoras do Rádio. Foi, sem dúvida alguma, a primeira estrela de categoria popular, em todo o Brasil, depois de Carmen Miranda. Não houve ninguém naqueles idos, que não tivesse um disco seu, não ouvisse seus programas de rádio, assiste seus números musicais no cinema, ou marcasse presença em suas apresentações em shows no lendário Cassino da Urca. Na mesma Urca, chegou a ter um compositor exclusivo (Chiquinho Salles) fazendo-lhe músicas. Única estrela a conseguir eletrizar tanto as platéias elitistas de um cassino, como as de um feérico auditório de rádio. As emissoras Tupi e Nacional (RJ), consolidaram em definitivo sua fama, sua popularidade, seu prestígio. Viajou o Brasil de ponta a ponta; orgulhava-se dos shows da época da guerra, cantando de graça para os pracinhas. Seu nome não era só popular. Tinha bem-querência total!
Rainha do Rádio (1937-1948), Estrela do Brasil, Nosso Patrimônio Nacional, Sambista nº1 da Belacap... títulos e mais títulos... de uma carreira, que fez, pelo menos em duas décadas, o Brasil inteiro cantar suas marchas, seus sambas, suas exaltações e seus antológicos momentos românticos.
Amiga de presidentes (Vargas, Juscelino, Jango...) admirada por personalidades internacionais (Sablon, Pedro Vargas, Orson Welles, a estilista Schiaparelli, Ali-Kahn), Linda teve também marcante atuação no exterior (Lisboa, Paris, Roma, Buenos Aires, etc...). Pode (como todo mundo), ter tido altos e baixos em sua vida. Mas nunca deixou de ser uma grande artista, uma grande cantora! Excêntrica, carismática, carinhosa, temperamental e difícil (sempre que necessário) deixou atrás de si, uma incrível aura de personalidade e uma legião incontável de amigos e admiradores. Foi para nós, brasileiros, autêntico privilégio termos em cena (ou fora dela) uma mulher que nunca deixou de ser a paulistinha Florinda (1919) para ser a excepcional LINDA BATISTA (1988).
VINGANÇA (Lupicínio Rodrigues)
Curiosa é a história de Vingança na careira de Linda Batista, música que por fim, iria se tornar um autêntico clássico no gênero. Para ajudar o amigo e pianista Sacha, da boate Vogue (então em grande evidência nas noites do Rio de Janeiro), mas que não obteve até então, nenhuma chance de gravar um disco, Linda levou-o à sua gravadora, a RCA Victor, para um “teste”. No momento da escolha da música, lembraram-se de Vingança, que Sacha conhecia bem, já que, por muitas vezes, acompanhara o cantor Jorge Goulart, no mesmo Vogue. O teste valeu como matriz. Gravada no dia 29.05.51 e lançada comercialmente em agosto daquele mesmo ano, fez sucesso imediato, acompanhando Linda Batista por toda usa carreira. Aqui, o registro de Vingança traz ainda uma raridade, pois foi cantado pela estrela, em estréia na Rádio Nacional, dentro do programa É uma coisa Linda transmitido no dia 03.06.51, antes, portanto, do lançamento do disco comercial. É provável que esta seja a primeira apresentação de Vingança no rádio com acompanhamentos da orquestra do maestro Chiquinho.
SEGREDO DAS ALIANÇAS (Miguel Curi e Nelson Santos)
Segredo das Alianças é inédito em disco, fazendo parte do vasto repertório que Linda Batista apresentava ao público, no rádio e em shows, sem no entanto gravá-lo. Assediada por diversos compositores, ficava “difícil”, como ela mesma afirmava, “gravar tudo que se cantava”. Entretanto, Segredo das Alianças foi apresentada por Linda inúmeras vezes ao microfone da Rádio Nacional. A presente gravação é do programa Horário dos Cartazes (1955) com acompanhamento da orquestra da Rádio Nacional regida pelo maestro Ercole Vareto. Uma raridade, portanto.
PALAVRA DE HONRA (Carolina Cardoso de Menezes e Armando Fernandes)
Outra apresentação de Linda Batista ao vivo em Horário dos Cartazes (1955) com orquestra regida por Ercole Vareto. Faz parte da série de composições da grande pianista Carolina Cardoso de Menezes com o poeta Armando Fernandes (irmão do famoso cantor folclorista Jorge Fernandes). Apresentada a Linda por Carolina no estúdio de ensaios da Rádio Nacional foi imediatamente gravada na Victor em 27.01.55. Dizia-se na época que Linda vivia uma intensa e controvertida paixão e que a letra de Palavra de Honra caía “como uma luva” na questão. Em entrevistas e também em conversa com amigos, afirmava ser uma de suas músicas favoritas. E nesta gravação, Linda, sem a menor dúvida, passa uma emoção indescritível.
MENTIRA (Ary Barroso e Augusto Vasconcelos)
A amizade de Ary Barroso com a família vem de longa data. Ary foi contemporâneo do pai de Linda e Dircinha, Batista Jr. Apontado como o maior ventríloquo de sua época. O relacionamento era tamanho, que um dia, Ary presenteou as irmãs com um imponente piano de cauda, que durante anos ornou o apartamento das artistas, no Flamengo. Nada mais justo que Linda estivesse presente ao programa comemorativo dos 15 anos de atividades na Rádio Tupi do célebre compositor mineiro, para cantar o samba Mentira que havia gravado na Victor em 08.01.51. O registro desta audição em 07.11.52 é o que consta deste LP.
SOMOS IRMÃS (Luiz Peixoto)
É outra raridade apresentada nesta série Os Ídolos do Rádio em que a homenageada é Linda Batista. Embora saiba-se que Linda estreou no rádio graças a “um mau súbito forjado pela irmã Dircinha, para que Linda perdesse a timidez e enfrentasse o microfone”, elas não cantaram ou gravaram em dupla, tantas vezes como se supõe ou deviam. Somos Irmãs de Luiz Peixoto é um destes raros momentos. A gravação presente é do programa Noite de Estrelas (Rádio Nacional – 30.08.52), audição apresentada por Paulo Gracindo, com acompanhamentos musicais da Orquestra do maestro Chiquinho. Em Somos Irmãs, um show de interpretação, brejeirice e musicalidade das grandes Batistas.
EXALTAÇÃO AO RIO (Aldacir Louro e F. A. Bezerra de Menezes)
Samba-exaltação bem ao gosto de Linda e de seu público. Não faltam o “entra lá...” ou “castiga maestro” tão característico da intérprete, antes do solo orquestral. Gravação original Victor de 28.03.57 tem do outro lado do disco outro sucesso de Lupicínio Rodrigues: Volta. O presente registro é do programa Rádio Seleções Semp (Rádio Nacional – 13.12.62) com orquestração do maestro Lírio Panicalli e regência de Ercole Vareto. Um show apoteótico e rítmico.
INTERESSA? (Carvalhinho)
Interessa? foi um samba, assim como tantos outros, feitos especialmente para Linda cantar com a participação da platéia. Eram apresentações que sempre surtiam efeito, proporcionando imediata ligação intérprete-auditório. Gravado na Victor em 03.04.51 chega a esta série Os Ídolos do Rádio Vol.XII, no programa que marcou, em 03.06.51, o retorno da cantora à Rádio Nacional, É uma coisa Linda. Os acompanhamentos são de Chiquinho e sua orquestra.
BAMBU (Manezinho Araújo e Fernando Lobo)
É um encontro de três amigos dos tempos dourados. Linda, Fernando Lobo e Manezinho Araújo. E uma ressalva se faz necessária, já que o côco, não era lá um dos ritmos preferidos da estrela, que sempre optou por marchinhas e sambas no período carnavalesco, e sambas-canções e de exaltação, para o chamado repertório de “meio-de-ano”. Portanto é raro. Registro do programa É uma coisa Linda de 03.06.51, com acompanhamentos da Orquestra da Rádio Nacional sob a regência do maestro Chiquinho.
SINFONIA DO APARTAMENTO (Haroldo Barbosa)
Um grande samba no gênero, feito especialmente por Haroldo Barbosa para a interpretação de Linda Batista. Foi um dos maiores sucessos da cantora em 1951, gravado originalmente na Victor em 08.01.51. Linda está inigualável. Somente uma intérprete com a sua picardia, poderia colorir esta composição de Haroldo, tão crítica, tão inteligente, tão bem humorada! Gravação do programa É uma coisa Linda de 03.06.51, com Chiquinho e sua orquestra. É muita “bossa”!
FLOR MESTIÇA (Klécius Caldas e Armando Cavalcanti)
Lançado por Linda Batista no programa É uma coisa Linda, na Rádio Nacional em 03.06.51 com Chiquinho e sua orquestra. Outro momento em que fica patente toda a musicalidade, brejeirice e personalidade de Linda no gênero samba-exaltação. De Klécius e Armando, a cantora iria gravar ou simplesmente cantar inúmeras composições naqueles anos 50. Mas Flor Mestiça, embora não tenha sido levada ao disco comercialmente, foi a única que integrou durante anos o repertório da estrela. Emoção e beleza, num estilo de música que também consagraria sua intérprete. É ouvi e relembrar.
CARO NOME (do Rigoleto de Verdi em adaptação de Mário Lago e Radamés Gnattali)
Outra raridade para os colecionadores e fãs de Linda Batista. Eram freqüentes na programação da Rádio Nacional, adaptações livres feitas por maestros e compositores de trechos líricos, operetas e etc. cantadas por artistas do cast da emissora. Certa vez, escalada para o programa Invasão do Samba, coube a Linda interpretar esta paródia do Rigoleto de Verdi, adaptada pelo maestro Radamés Gnattali e por Mário Lago. E Linda Batista saiu-se admiravelmente bem neste Caro Nome. Escutem só.
BRASIL ENCANTADO (Elias Salomé e Djalma de Andrade)
Composição do radialista mineiro Elias Salomé e Djalma de Andrade, dedicado a Linda e Dircinha Batista. A gravação original é de Dircinha em maio de 1944 na Continental e Linda, embora não tenha registrado Brasil Encantado em disco, deu-lhe um subtítulo: Esta Terra é Minha e encerrava seus shows, até meados da década de 60 com esta composição. Espécie de apoteose às riquezas do Brasil este samba enaltece os nomes das irmãs Batista como nossas maiores sambistas ”que levam a vida a cantar”. A gravação é do programa Rádio Seleções Semp de 02.10.62 com orquestra regida por Alberto Lazolli. Realmente é o Brasil mais encantado!
Marcio de Hallivan (setembro/1988)
FICHA TÉCNICA
Produção Fonográfica: Collector’s Editora Ltda.
Produção Artística: Ricardo Manzo
Produção Executiva: Collector’s Editora Ltda.
Arquivo Fonográfico: Collector’s Editora Ltda.
Reprocessamento e equalização: Jackson Paulino
Montagem: João Ricardo
Estúdio: Master Studios Ltda.
Corte e prensagem: Discos CBS Indústria e Comércio Ltda.
Layout e Arte final: Sérgio Henriques